Realmente o tempo é um dos Deuses mais lindos.
Que bálsamo foi
para minha alma política a aprovação da política de cotas. Lembro-me de algumas
pessoas, ditas de esquerda, argumentando com sofismas, premissas mal acabadas e
todo o aparato teórico marxista, “trosquista” e pseudo anarquista, contra as
cotas. Não caberia aqui falar de tais argumentos, são desprezíveis e podemos
encontrá-los, ditos apenas com um outro verniz, nas páginas da PIG. Verniz este
que procura dar um acabamento à construção ideológica, mas somente reveste o
preconceito embutido em suas almas.
Tais argumentações
também encontravam suporte ideológico quando defendiam (se bobear ainda
defendem) o fim do bolsa-família. Uma argumentação completamente insólita, por
vezes leviana, que não leva em conta a estrutura histórico-social que levaram
uma determinada camada da população a viverem como párias da sociedade.
Trata-se de
igualdade, ou a pretensão de igualdade se levarmos em conta a vastidão do campo
semântico da palavra. É um começo, simples, mas é um começo. Tanto as
cotas como o bolsa-família. Não será essa geração que colherá seus frutos, será
a geração que vai estudar os dias de hoje daqui a 20, 30 anos. E espero que
entre os estudantes dessa geração futura tenha nos seus quadros muitas pessoas
beneficiadas com a lei. Como teríamos hoje caso ela já estivesse em vigor há
20, 30 anos.
O nome disso é história.
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