Um dos maiores homens da América Latina

Um dos maiores homens da América Latina
Salvador

terça-feira, 8 de maio de 2012



UM ESPECTRO RONDA A NAÇÃO – o espectro dos Sujinhos. Todas as potências da velha Mídia tupiniquim aliaram-se numa sagrada perseguição a esse espectro, o Papa Civita, e o Czar Marinho, Merval e Kasoy, radicais burgueses e policiais tucanos.
Onde está um Blog de sujinhos que não tenha sido difamado como ala radical esquerdista pelos seus adversários Piguistas, onde está o partido de oposição que tem arremessado lama aos opositores mais progressistas e nem tanto em seus comparsas reacionários, a pecha estigmatizante dos sujinhos?
Duas coisas decorrem desse fato.
0s sujinhos já são reconhecidos como uma potência por todas as potências midiáticas.
Já é tempo de os sujinhos exporem abertamente, perante o mundo todo, sua maneira de pensar, os seus objetivos, as suas tendências, e de contraporem ao conto da carochinha sobre o espectro dos sujinhos um manifesto do verdadeiro jornalismo.
Com esse objetivo, reunir-se-ão em Salvador sujinhos das mais diversas localidades e esboçarão o seguinte manifesto, que será publicado em idioma Português e baianês, italiano, flamengo e dinamarquês.

I Imprensa burguesa e proletária[1]
A história de todas as mídias até o presente é a história das lutas de ideias e de classes.
Imprensa livre, jornalista livre e escravo, patrício e plebeu, senhor feudal midiático e escriba servo, membro de corporação midiática, em síntese, opressores e oprimidos estiveram em constante oposição uns aos outros, travaram uma luta ininterrupta, ora dissimulada, ora aberta, que a cada vez terminava com uma reconfiguração revolucionária de toda a sociedade ou com a derrocada comum das ideias em luta como foi o caso de 64.
Nas épocas remotas da história, encontramos por quase toda a parte uma estruturação da imprensa. Na Roma antiga temos a Acta Diurna. Como era uma publicação de jornalismo oficial, a Acta Diurna Romana não era imparcial, nunca publicava notícias negativas de derrotas do Exército Tucano e nem escândalos envolvendo pessoas públicas e aliados do Imperador Fernandus Henriquius. Na Idade Média, senhores feudais, membros de corporação do jogo do bicho já tinham sua imprensa. A revolução na época foi tão grande, que alguns autores afirmam que a prensa de papel de Gutemberg tirou o mundo de vez da Idade Média, levando o mundo para a Era da Internet, com o despertar definitivo da ciência e do jornalismo profissional. A moderna imprensa blogueira, emergente do naufrágio da imprensa feudal, aboliu os antagonismos de classes ideológicas. Ela colocou novas classes, novas condições de expressão, novas estruturas de luta no lugar das antigas.
A nossa época, a época da internet, caracteriza-se pelo fato de ter simplificado os antagonismos de classes ideológicos. A sociedade toda cinde-se, mais e mais, em dois grandes campos inimigos, em duas grandes classes diretamente confrontadas: A imprensa burguesa e a blogosfera.
Dos servos escribas da Idade Média advieram os jornalistas absolutistas das primeiras cidades; deste estamento medieval desenvolveram-se os primeiros elementos do PIG.
Vemos, portanto, como o PIG moderno é o produto de um longo processo de desenvolvimento, de uma série de arroubos nos meios de comunicação, produção de ideias falsas e trambiques.
Cada uma dessas etapas de desenvolvimento do PIG veio acompanhada de um progresso político correspondente. Estrato social oprimido sob o domínio dos senhores feudais da mídia, associação armada e com administração autônoma na câmera federal, cidade-república independente (Brasília). O poder midiático moderno é apenas uma comissão que administra os negócios comuns do conjunto da classe burguesa.
Onde quer que O PIG tenha chegado ao poder, ele destruiu todas as relações éticas, políticas e morais. Ele rompeu impiedosamente laços que atavam o leitor e o jornalismo. Não deixando nenhum outro laço entre os primeiros senão o interesse nu e cru, senão o insensível "pagamento à vista". Ele dissolveu a dignidade pessoal de pessoas honestas em valor de troca, e no lugar das inúmeras liberdades atestadas em documento ou valorosamente conquistadas, colocou uma única inescrupulosa liberdade de comércio. O PIG arrancou das relações com bicheiro e senador “fontes confiáveis”, véu sentimental e as reduziu a pura relação monetária.
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Vocês se horrorizam com o fato de querermos suprimir a concessão privada da mídia. Mas na sociedade vigente, na sociedade de vocês, a concessão privada está abolida para nove décimos de seus membros; ela existe exatamente por não existir para nove décimos. Vocês, portanto, censuram-nos querer suprimir a liberdade de imprensa propriedade que pressupõe, como condição necessária, a privação de opinião para a maioria esmagadora da sociedade.
Vocês nos censuram, em uma palavra, querer suprimir a propriedade de vocês. Todavia, é isso mesmo que queremos.
Os sujinhos não tiram de ninguém o poder de apropriar-se de ideias, eles apenas tiram o poder de subjugar ideias alheias mediante essa apropriação.
Objetou-se que com a supressão da concessão privada cessaria toda atividade ideológica e irromperia uma indolência geral.
De acordo com isso, os sujinhos deveriam ter perecido há muito tempo na indolência; pois os que nela trabalham, não lucram.
As acusações contra os sujinhos levantadas de pontos de vista religiosos, filosóficos e ideológicos em geral, não merecem discussão mais minuciosa.
Que outra coisa prova a história das ideias senão que a produção intelectual se reconfigura com a produção material? As idéias dominantes de uma época foram sempre tão-somente as idéias da classe dominante.
Além disso, há verdades eternas, como liberdade, justiça etc., comuns a todas as condições sociais. Os sujinhos, porém, abolem as verdades eternas, ele abole a religião, a moral, ao invés de configurá-las de novo; ele contraria portanto todos os desenvolvimentos históricos até aqui."
Mas deixemos as investidas da burguesia contra os sujinhos.
Já vimos acima que o primeiro passo na revolução midiática é a elevação do blogueiro proletariado à condição de classe pensante, a conquista da democracia da informação.
O blogueiro proletariado utilizará o seu domínio político para subtrair pouco a pouco à imprensa burguesa todo o capital midiático, isto é, do blogueiro proletariado organizado como classe midiática dominante, e para multiplicar o mais rapidamente possível as ideias produtivas.
Naturalmente essas medidas serão diferentes de acordo com as  diferentes mídias.
Para as mídias mais desenvolvidos, as seguintes medidas poderão ser postas em prática de uma forma um tanto geral:
  1. Expropriação da concessão fundiária da Globo.
  2. Pesado imposto progressivo.
  3. Abolição do direito de herança na imprensa.
  4. Confisco da propriedade de todos os donos de canais de televisão insurrecionados.
  5. Centralização do sistema de banda larga nas mãos do Estado.
  6. Multiplicação dos programas de TV nacionais, dos instrumentos de comunicação.
  7. Difusão diversificada dos setores da mídia. Atuação no sentido da eliminação gradual da programação entre centros urbanos e rurais. Estes últimos fadados à estupidez[2] da lógica consumista das metrópoles.
Desaparecidas as diferenças de classes no curso do desenvolvimento e concentrada toda a produção nas mãos dos indivíduos associados, então o poder público perde o caráter político. O poder político em sentido próprio é o poder organizado de uma classe para a opressão de uma outra. Se, na luta contra a burguesia, o proletariado unifica-se necessariamente em classe, converte-se em classe dominante mediante uma revolução, e como classe dominante suprime à força as velhas relações de produção de ideias.
No lugar da velha imprensa burguesa com as suas classes e antagonismos de classes surge uma associação na qual o livre pensamento de cada um é a condição para o livre desenvolvimento ideológico de todos. 
Blogueiros proletários de todo o país, uni-vos!
 Notas
Eu já o declarei frequentes vezes; mas justamente agora é necessário que isso preceda o próprio "Manifesto". 






[1] Por imprensa burguesa entende-se a classe dos modernos capitalistas, que são os proprietários dos meios de produção editorial e exploram o trabalho assalariado dos proletários jornalistas. Por proletariado, a classe dos jornalistas operários assalariados que, uma vez que não possuem meios de produção próprios, estão na dependência de vender a sua força de trabalho e ideais para poder viver. [Nota de F. Engels para a edição inglesa de 1888.]
[2] 3 Idiotismus, no original. Em sua "Introdução ao Manifesto Comunista", E. Hobsbawn observa quanto a essa expressão que, embora os seus autores partilhassem do costumeiro desprezo do citadino pelo mundo rural, ela possui antes o sentido de "horizontes estreitos" do que "estupidez". "Ela fazia eco ao sentido original do termo grego 'idiotes', do qual derivou o significado corrente de 'idiota' ou 'idiotice', a saber, uma 'pessoa preocupada apenas com seus próprios assuntos particulares e não com os da comunidade mais ampla'

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