UM ESPECTRO
RONDA A NAÇÃO – o espectro dos Sujinhos. Todas as potências da velha Mídia
tupiniquim aliaram-se numa sagrada perseguição a esse espectro, o Papa Civita,
e o Czar Marinho, Merval e Kasoy, radicais burgueses e policiais tucanos.
Onde está um Blog
de sujinhos que não tenha sido difamado como ala radical esquerdista pelos seus
adversários Piguistas, onde está o partido de oposição que tem arremessado lama
aos opositores mais progressistas e nem tanto em seus comparsas reacionários, a
pecha estigmatizante dos sujinhos?
Duas coisas
decorrem desse fato.
0s sujinhos já
são reconhecidos como uma potência por todas as potências midiáticas.
Já é tempo de
os sujinhos exporem abertamente, perante o mundo todo, sua maneira de pensar,
os seus objetivos, as suas tendências, e de contraporem ao conto da carochinha
sobre o espectro dos sujinhos um manifesto do verdadeiro jornalismo.
Com esse
objetivo, reunir-se-ão em Salvador sujinhos das mais diversas localidades e
esboçarão o seguinte manifesto, que será publicado em idioma Português e
baianês, italiano, flamengo e dinamarquês.
I Imprensa
burguesa e proletária
A história de
todas as mídias até o presente é a história das lutas de ideias e de classes.
Imprensa
livre, jornalista livre e escravo, patrício e plebeu, senhor feudal midiático e
escriba servo, membro de corporação midiática, em síntese, opressores e
oprimidos estiveram em constante oposição uns aos outros, travaram uma luta
ininterrupta, ora dissimulada, ora aberta, que a cada vez terminava com uma
reconfiguração revolucionária de toda a sociedade ou com a derrocada comum das ideias
em luta como foi o caso de 64.
Nas épocas
remotas da história, encontramos por quase toda a parte uma estruturação da
imprensa. Na Roma antiga temos a Acta Diurna. Como era uma publicação de jornalismo oficial, a Acta Diurna Romana não
era imparcial, nunca publicava notícias negativas de derrotas do Exército Tucano
e nem escândalos envolvendo pessoas públicas e aliados do Imperador
Fernandus Henriquius. Na Idade Média, senhores feudais, membros de corporação
do jogo do bicho já tinham sua imprensa. A
revolução na época foi tão grande, que alguns autores afirmam que a prensa de
papel de Gutemberg tirou o mundo de vez da Idade Média, levando o mundo para a
Era da Internet, com o despertar definitivo da ciência e do jornalismo
profissional. A moderna imprensa blogueira, emergente do naufrágio da imprensa
feudal, aboliu os antagonismos de classes ideológicas. Ela colocou novas
classes, novas condições de expressão, novas estruturas de luta no lugar das
antigas.
A nossa
época, a época da internet, caracteriza-se pelo fato de ter simplificado os
antagonismos de classes ideológicos. A sociedade toda cinde-se, mais e mais, em
dois grandes campos inimigos, em duas grandes classes diretamente confrontadas:
A imprensa burguesa e a blogosfera.
Dos servos escribas
da Idade Média advieram os jornalistas absolutistas das
primeiras cidades; deste estamento medieval desenvolveram-se os primeiros
elementos do PIG.
Vemos,
portanto, como o PIG moderno é o produto de um longo processo de
desenvolvimento, de uma série de arroubos nos meios de comunicação, produção
de ideias falsas e trambiques.
Cada uma
dessas etapas de desenvolvimento do PIG veio acompanhada de um progresso
político correspondente. Estrato social oprimido sob o domínio dos senhores
feudais da mídia, associação armada e com administração autônoma na câmera
federal, cidade-república independente (Brasília). O poder midiático
moderno é apenas uma comissão que administra os negócios comuns do conjunto da
classe burguesa.
Onde quer que
O PIG tenha chegado ao poder, ele destruiu todas as relações éticas, políticas
e morais. Ele rompeu impiedosamente laços que atavam o leitor e o jornalismo. Não
deixando nenhum outro laço entre os primeiros senão o interesse nu e cru, senão
o insensível "pagamento à vista". Ele dissolveu a dignidade pessoal de
pessoas honestas em valor de troca, e no lugar das inúmeras liberdades
atestadas em documento ou valorosamente conquistadas, colocou uma única
inescrupulosa liberdade de comércio. O PIG arrancou das relações com bicheiro e
senador “fontes confiáveis”, véu sentimental e as reduziu a pura relação
monetária.
....
Vocês se
horrorizam com o fato de querermos suprimir a concessão privada da mídia. Mas
na sociedade vigente, na sociedade de vocês, a concessão privada está abolida
para nove décimos de seus membros; ela existe exatamente por não existir para
nove décimos. Vocês, portanto, censuram-nos querer suprimir a liberdade de
imprensa propriedade que pressupõe, como condição necessária, a privação de opinião
para a maioria esmagadora da sociedade.
Vocês nos
censuram, em uma palavra, querer suprimir a propriedade de vocês. Todavia, é
isso mesmo que queremos.
Os sujinhos não
tiram de ninguém o poder de apropriar-se de ideias, eles apenas tiram o poder
de subjugar ideias alheias mediante essa apropriação.
Objetou-se
que com a supressão da concessão privada cessaria toda atividade ideológica e
irromperia uma indolência geral.
De acordo com
isso, os sujinhos deveriam ter perecido há muito tempo na indolência;
pois os que nela trabalham, não lucram.
As acusações
contra os sujinhos levantadas de pontos de vista religiosos, filosóficos e
ideológicos em geral, não merecem discussão mais minuciosa.
Que outra
coisa prova a história das ideias senão que a produção intelectual se
reconfigura com a produção material? As idéias dominantes de uma época foram
sempre tão-somente as idéias da classe dominante.
Além disso,
há verdades eternas, como liberdade, justiça etc., comuns a todas as condições
sociais. Os sujinhos, porém, abolem as verdades eternas, ele abole a religião,
a moral, ao invés de configurá-las de novo; ele contraria portanto todos os
desenvolvimentos históricos até aqui."
Mas deixemos
as investidas da burguesia contra os sujinhos.
Já vimos
acima que o primeiro passo na revolução midiática é a elevação do blogueiro proletariado
à condição de classe pensante, a conquista da democracia da informação.
O blogueiro proletariado
utilizará o seu domínio político para subtrair pouco a pouco à imprensa burguesa
todo o capital midiático, isto é, do blogueiro proletariado organizado como
classe midiática dominante, e para multiplicar o mais rapidamente possível as
ideias produtivas.
Naturalmente
essas medidas serão diferentes de acordo com as diferentes mídias.
Para as
mídias mais desenvolvidos, as seguintes medidas poderão ser postas em prática
de uma forma um tanto geral:
- Expropriação da concessão fundiária da Globo.
- Pesado imposto progressivo.
- Abolição do direito de herança na imprensa.
- Confisco da propriedade de todos os donos de
canais de televisão insurrecionados.
- Centralização do sistema de banda larga nas
mãos do Estado.
- Multiplicação dos programas de TV nacionais,
dos instrumentos de comunicação.
- Difusão diversificada dos setores da mídia. Atuação
no sentido da eliminação gradual da programação entre centros urbanos e
rurais. Estes últimos fadados à estupidez
da lógica consumista das metrópoles.
Desaparecidas
as diferenças de classes no curso do desenvolvimento e concentrada toda a
produção nas mãos dos indivíduos associados, então o poder público perde o caráter
político. O poder político em sentido próprio é o poder organizado de uma
classe para a opressão de uma outra. Se, na luta contra a burguesia, o
proletariado unifica-se necessariamente em classe, converte-se em classe
dominante mediante uma revolução, e como classe dominante suprime à força as
velhas relações de produção de ideias.
No lugar da
velha imprensa burguesa com as suas classes e antagonismos de classes surge uma
associação na qual o livre pensamento de cada um é a condição para o livre
desenvolvimento ideológico de todos.
Blogueiros proletários de todo o país, uni-vos!
Notas
Eu já o declarei frequentes vezes; mas
justamente agora é necessário que isso preceda o próprio "Manifesto".